Se ainda não leu a nossa declaração de amor à aldeia de Cacela Velha, no Algarve, aconselhamos a fazê-lo.

A zona da Ria Formosa é detentora de uma beleza extasiante e falhar uma visita a Cacela se estiver na zona é imperdoável. Melhor ainda é ficar uns dias na Casa de Cacela e conhecer este lugar mágico, descansar numa paisagem paradisíaca e usufruir de uma natureza (quase) selvagem. Além disso, está a um tamanho 36 de outros locais igualmente encantadores, como Tavira.

A nossa experiência obriga-nos a deixar um aviso: evitem a concentração dos meses de Julho e Agosto nesta zona do Algarve (mais em Agosto se bem que em meados de Julho já começa a ficar um bocado insuportável), que torna impossível assimilar a paz que este lugar emana e merece. Para nós, visitar Cacela só faz sentido quando é possível aproveitar a solidão e o silêncio. Mas se forem no final de Agosto, não se esqueçam de apanhar figos suculentos e mélicas laranjas de um qualquer pomar. Fica-se com a cara a colar, mas com a alma limpa – nada bate a fruta apanhada das árvores à socapa.

A Casa de Cacela, é um alojamento local (AL) no coração de Cacela Velha, a encimar as escadas que dão acesso à ria, com um terraço enorme que tem seguramente a melhor vista da aldeia: melhor só mesmo em cima do mar.

Quando dizemos no coração, é mesmo na aorta. A localização deste T2 é perfeita e a simpatia da proprietária a cereja em cima do bolo. A Isabel é incansável em proporcionar aos seus hóspedes uma estadia memorável e faz-nos sempre sentir em casa. Isso conta, e muito. Pelo menos para nós.

A Casa de Cacela é muito acolhedora, decorada com bom gosto. As camas são ótimas e confortáveis, com lençóis e toalhas de qualidade. Tem um quarto de casal e outro com duas camas.

A casa de banho tem poliban (para desgraça da S. que podia passar a vida enfiada numa banheira mas curiosamente aqui nunca se queixa).

Sendo um apartamento, conseguimos confeccionar as nossas refeições e saboreá-las no terraço enquanto vislumbramos aquele que foi o palco das nossas aventuras desse dia, sincopados pelo sino da bonita igreja.

O terraço tem grelhador, cadeiras e uma mesa para refeições,  e grandes espreguiçadeiras. Tem até uma mangueira e um cestinho adorável que funciona como elevador para transportar as coisas de cima para baixo (e de baixo para cima, já agora).

Literalmente, saímos da praia com aquela sensação de moleza e estamos em casa, enquanto vemos famílias a resmungar a carregar tudo para os carros. Ao lado está o cemitério, mas esses são os melhores vizinhos, já se sabe. E se deixar a janela do quarto aberta, não se admire se um gato entrar como se fosse dono daquilo tudo (até a S., que é mais dada a cães, se derrete com a audácia dos felinos Cacelenses). Em suma, é tudo lindo, simples, caseiro, prático, confortável e sem ares de pretensiosismo. Muito recomendável. Aviso: a casa está quase sempre reservada e sofreu remodelações recentemente (cremos que para 2021 já estará totalmente ocupada), por isso convém marcar com muita antecedência.

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