Quem nos conhece sabe que gostamos de tudo o que tenha a ver com paus, pedras, rochas, calhaus, penedos, pó, lama, trilhos, caminhadas, história e natureza. Os cromeleques são sítios que proporcionam tudo isso, num ambiente muito especial, que inspira à reflexão. A expressão cromeleque refere-se a um conjunto de menires dispostos de diferentes formas, normalmente em círculo, mas também em rectângulo e outras disposições.
Ao passar as mãos naquelas pedras é impossível não nos perguntarmos quem as pôs lá, e como, e quantas mãos as afagaram ao longo dos séculos. É um sentimento mágico e místico que nos faz sentir insignificantes. Deixamo-vos por isso aqui duas sugestões de cromeleques para quando precisarem de encarnar o Obelix que há dentro de vós (a S. assemelha-se ao Obelix na sua capacidade de consumo calórico enquanto que o S. faz mais o estilo do Asterix).
Cromeleque dos Almendres
Localizado na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, em Évora, o Cromeleque dos Almendres já havia sido visitado pela S. numa incursão anterior pela encantadora Serra da Ossa, mas a segunda revista foi ainda melhor (e não será a nossa última). A sua dimensão é imponente, constituída por um círculo de cerca de cem monólitos de pedra granítica de vários tamanhos, a 400 metros de altitude, acessível apenas por uma estrada de pó e areia toda esburacada, daquelas que o ventura-móbil adora. Este portento megalítico (mega=grande; litho=pedra), foi edificado entre o final do 6º e o 3º milénio A.C. e é dos maiores e mais importantes a nível mundial.
A poucos metros do cromeleque podemos também encontrar o Menir dos Almendres, uma enorme pedra de formato fálico, que no Solstício de Verão aponta ao nascer do sol quando visto do Cromeleque.
Cromeleque do Xerez
O Cromeleque do Xerez, ou Xarez, também no distrito de Évora, foi descoberto em 1969 e fica localizado na EN 256, em Reguengos de Monsaraz, a poucos minutos de carro da vila fortificada de Monsaraz (cuja visita podem ler aqui). À semelhança do de Almendres, este complexo megalítico está igualmente disposto em forma circular, e remonta ao 4º ou 5º milênios A.C. Conta com cerca de cinquenta menires de morfologia bastante variada, muitos deles algo degradados. Permanece no entanto monumental.
Uma nota curiosa prende-se com a sua localização actual, perto do Convento da Orada (que vale uma visita mesmo por fora apesar de tristemente degradado). Esta não é a original, por força da barragem do Alqueva. Muito pertinho encontra-se também a bonita praia fluvial de Monsaraz.